SINOPSE

 


SINOPSE

O documentário de longa-metragem para televisão, com o título provisório de “O COZINHEIRO DO PAPA”, é um painel/retrato da memória histórica e afetiva da imigração italiana em Araguaia, um recanto onde a tradição, os costumes, e as particularidades de sua vida cultural, convivem em harmonia com a atmosfera serena e inspiradora de suas belas paisagens bucólicas.  Esse painel/retrato será construído por depoimentos colhidos junto à alguns dos moradores mais idosos da região, e que hoje simbolizam a memória viva do fenômeno de imigração, ocorrido entre o  final do século 19 e início do século passado. Com entrevistas em profundida, cada um desses personagens deixará registrado seu testemunho, como uma fonte vital da memória imaterial dos trabalhadores italianos, poloneses e austríacos, que vieram em busca de começar uma nova vida, nesse ambiente montanhoso do interior capixaba. A realização do documentário “O COZINHEIRO DO PAPA” é, portanto, uma ação audiovisual de caráter essencial e urgente, comprometida em registrar e garantir a integridade, de um importantíssimo acervo de transmissão oral, de vivencias, conhecimentos e fragmentos de memória, garantidoras da difusão do patrimônio imaterial de Marechal Floriano às futuras gerações. 

Todos os depoimentos do documentário têm como ponto de interseção a história lendária do imigrante italiano Pietro Tononi, que trabalhou no Vaticano como cozinheiro do Papa Leão XIII, e que chegou ao vilarejo de Marechal Floriano, em 1895. Esse homem de bons costumes e dono de uma cultura invejável para os padrões da época, ganhou notoriedade na comunidade de São Martinho, destacando-se por escrever cartas para os imigrantes italianos, ocupar papel de relevância na igreja local, e desempenhar a função de Juiz de Paz de Matilde.  Por sua habilidade para muitos ofícios, Pietro também trabalhou na construção da Estrada de Ferro Sul do Espírito Santo, o que na época converteu a estação de trens de Araguaya em um ponto de importância estratégica no estado do Espírito Santo. Era pela estação que chegavam e partiam as correspondências, e os livros e jornais, tão apreciados por Pietro Tononi.  Casado com Brigida Comarella, em 1896, teve três filhos e faleceu em 1921, vítima de um ataque fulminante do coração, em um hotel de Vitoria. Seu corpo está enterrado em um jazigo do cemitério de Araguaia, ao lado da esposa.  

Desta forma, como decorrência natural desse painel/retrato da memória histórica de Araguaia, seja através das vivências afetivas dos depoimentos do documentário, ou pela exaltação do herói popular, encarnado no personagem de Pietro Tononi, soma-se a ideia de uma culinária “santificada”, que ainda se mantem ativa, como elemento de preservação da tradição ancestral europeia na região. No ambiente caloroso da preparação do antepasto italiano, no velho fogão à lenha, nas mesas fartas dos almoços de domingo, nas grandes celebrações comunitárias, com sanfonas e danças folclóricas em torno da gastronomia típica dos imigrantes, a documentário reativa a lembrança de antigos sabores e aromas culinários.  Com as “benditas” receitas da nona, guardadas a sete chaves, e conservados como verdadeiros tesouros de herança familiar, o filme pretende resgatar uma dimensão renovadora do paladar e dos temperos sociais da imigração em Araguaia, reativados pela vida idealizada do “cozinheiro do Papa”


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